Agosto de 1940. Os bombardeamentos de Londres, desviam a atenção do Mundo

Fugitivos letões bloqueados na neve
De acordo com o estabelecido no Pacto secreto Molotov-Ribbentrop, entre a URSS e a Alemanha, no dia 3 de Agosto de 1940, é anexada a Lituânia, no dia 5 a Letónia e no dia 6 a Estónia pela União Soviética, numa armadilha antes preparada, onde declaravam que os três países agora invadidos, não tinham respeitado os pactos de ajuda mútua e que, inclusivamente, tinham conspirado contra a Rússia.

Estónia, manifestação contra a URSS
 Assim foi-lhes apresentado um ultimatum onde eram

 exigidas novas concessões, incluindo a substituição dos respectivos governos, bem como a entrada de uma quantidade ilimitada de tropas do Exército Vermelho.
Protestos na Lituânia contra a invasão da URSS
 Perante tal situação tiveram estes países que ceder, não oferecendo qualquer tipo de resistência.
 Milhares de camponeses são presos, deportados ou executados, para dar lugar ao preenchimento das terras por russos vindos da URSS.
 Era o poder totalitário do mais forte, sobre os fracos, numa altura em que as atenções do Mundo se viravam para os bombardeamentos de Londres.

Quase fica a ideia de que o Exército Vermelho aproveitou este desvio de atenção para, com uma só acção, invadir os três países vizinhos.

Mas a 15 do mesmo mês, a Luftwaffe, aumenta e muito a intensidade dos bombardeamentos sobre Londres, mas agora, alargados a outras cidades inglesas.

No dia 17, Hitler, não satisfeito com os resultados até aí alcançados, declara um bloqueio às ilhas britânicas. A 19, aproveitando a concentração dos grandes combates entre Londres e Berlim, Mussolini conquista Berbera, antiga capital da Somália Britânica.

O Reichstag depois do bombardeio da RAF
E no dia 25, depois de aguentar tantos e tão destruidores bombardeamentos alemães, a RAF recebe ordens para bombardear Berlim, surpreendendo tudo e todos, com tanta coragem e determinação. O próprio Alto Comando Alemão, não queria acreditar. Hitler, ficou ainda mais irritado quando, a seguir ao primeiro ataque, outros se seguiram durante uma semana.

 No dia 1 de Setembro desse ano de 1940, proferindo um inflamado discurso, Hitler disse: "...se a RAF lançar 2, 3, 5 mil quilos de bombas, nós lançaremos 150, 300, ou 500 mil quilos...acabaremos com as cidades britânicas do mapa...e chegará a hora em que um de nós quebrará e não será a Alemanha Nacional Socialista..."

Estes dois acontecimentos (os bombardeamentos de Berlim e as ameaças de Hitler), que reflectiam um poder renascido da Grã-Bretanha e um certo temor de Hitler, devem ter dado muito para reflectir quer a Franco, quer a Salazar, que olhavam a guerra numa perspectiva de não alinhamento, embora tenham havido alturas de forte inclinação para o lado alemão, quer de um, quer de outro.       

A Batalha de Inglaterra

Um Heinkel em acção sobre Londres
Com praticamente todos os países da Europa a seus pés, prepara-se agora a Alemanha para a invasão aérea da Grã-Bretanha, que precederia a invasão por mar. A costa atlântica francesa já havia sido fortemente guarnecida, com obstáculos e bunkers espalhados pelas praias, bem como fortalecida com tropas vindas de outras regiões da Europa.

Apesar de ser dono e senhor do maior exército (na altura) do Mundo, Hitler tinha particular raiva dos ingleses, pela sua influência política no mundo, por um lado e pelo seu atrevimento e audácia pelo outro.

Bunker 
Franklin Roosevelt
 De facto, Winston Churchill na altura primeiro ministro inglês,

Julho de 1940 Início da Batalha de Inglaterra

Depois de controlada a situação em França, e com o governo fantoche francês instalado em Vichy, Hitler ordena então a preparação de planos para a invasão da Grã-Bretanha, com o nome de código Operação Leão Marinho. Agora que controlava a Holanda a Bélgica e a França, parecia não haver impedimentos de maior para avançar sobre os ingleses. Esta operação contudo não se realizou, porque a RAF, nos ataques preparatórios da força aérea alemã, não se deixou intimidar e infligiu pesadas baixas aos alemães, na guerra que ficou conhecida como a Batalha de Inglaterra.

De facto Hitler tinha como objectivo fundamental a invasão terrestre mas, antes, queria ter o controlo aéreo do Canal da Mancha, assim como o sul da ilha, porque isso era importante do ponto de vista estratégico.

Os aviões alemães eram contudo mais rápidos e com maior capacidade de subida, mas os britânicos eram mais manobráveis e francamente mais bem armados.

Assim, o primeiro ataque maciço, aconteceu a 10 de Julho, mas, em 15 de Agosto e 15 de Setembro, repetiram-se ataques extremamente violentos e que causaram pesadas baixas aos ingleses, quer em infraestruturas, quer na população.




Em Agosto a Luftwaffe, já havia reunido 2669 aeronaves, que incluíam 1015 bombardeiros 346 caças de mergulho, 933 caças e 375 caças com armamento pesado. Hitler apostava tudo para resolver o problema inglês.

Mas é de referir o papel verdadeiramente decisivo dos caças Spifire, encarregados de dar caça aos aviões de escolta alemães e o Hurricane, encarregado de abater os bombardeiros.
Hitler, havia planeado a invasão com uma força de 20 divisões e a grande desvantagem dos ingleses, é que não podiam utilizar todos os seus escassos recursos, porque era imperioso manter as posições que detinham, principalmente no Mediterrâneo...


A 2 de Agosto o navio mercante inglês Arandora Star, é afundado por um submarino alemão, no Mar do Norte. Parecia que os alemães estavam em todo o lado.


A 4, um navio francês é destruído na Argélia, pela marinha inglesa. O governo francês de Vichy, agora do lado alemão, rompe as relações diplomáticas com os ingleses.

No dia 5 a Roménia alia-se ao eixo.

A 10 de Julho, começam os intensos bombardeamentos a Londres e outras cidades inglesas.

No dia 21, o governo checoslovaco que já havia pedido asilo à Grã-Bretanha, estabelecesse em Londres.

A 25, considerando a situação de insegurança e dúvida que se vivia por toda a Europa, o governo determina a evacuação de todas as crianças e mulheres de Gibraltar, um pequeno enclave britânico no Sul de Espanha.